Será que você já decidiu falar correto?

Desde a Grécia, do século V antes de Cristo, cidades inteiras valorizam quem fala com clareza. 

Aristóteles observou esse cenário, sistematizou técnicas e deixou em Retórica um mapa da comunicação persuasiva. 

Esse mapa atravessou séculos, entrou nas universidades medievais como parte do Trivium e segue útil para líderes, advogados, empreendedores e executivos do século XXI.

Retórica é a arte de usar a linguagem de forma eficaz para provocar reação em quem escuta. 

Essa reação pode surgir na forma de silêncio atento, mudança de expressão, anotação rápida, voto favorável, assinatura em contrato, convite para nova reunião. 

Persuasão acontece quando argumentos, emoções e símbolos apontam para uma direção concreta e o público enxerga sentido nessa direção.

Para Aristóteles, persuasão tem base em demonstração. Gente se convence de algo quando sente que uma linha de raciocínio se apresenta de maneira clara. 

O orador organiza fatos, exemplos, causas e consequências até aquele “clique” em que a mente do ouvinte conclui: faz sentido. 

Oratória aparece como a face visível dessa estrutura. Tom de voz, pausas, ritmo, escolha das palavras, uso do silêncio. 

Retórica oferece o esqueleto intelectual; oratória veste esse esqueleto com presença, expressividade e domínio do tempo. 

Juntas, formam a arte de conduzir decisões sem gritos, sem improvisos vazios, sem teatralização excessiva.

Aristóteles descreve três vias principais para a persuasão. Logos, quando o orador trabalha com argumentos, causas, dados, encadeamento lógico. 

Pathos, quando ativa emoções legítimas, como senso de justiça, espírito de equipe, orgulho pelo projeto, vergonha saudável diante de descuidos. 

Ethos, quando a própria figura do orador transmite caráter, preparo e respeito pelo público.

Antes de falar, o orador observa quem está à frente. Jovens talentos em fase de aceleração, conselheiros experientes, líderes cansados por excesso de reuniões, clientes sob pressão de resultados. 

Cada grupo carrega expectativas próprias, medos específicos, interesses legítimos. A mesma ideia exige enquadramentos diferentes conforme a plateia.

Retórica de alto valor exige compromisso com a verdade e com a justiça. Aristóteles insiste nesse alicerce ético. 

O orador que busca decisões duradouras evita atalhos fáceis, exageros, artifícios que distorcem fatos. 

A voz ganha autoridade quando se alinha a dados corretos, quando expõe limites com honestidade e quando respeita a inteligência de quem escuta.

Em algum nível, todo profissional pratica retórica diariamente. Um e-mail que orienta a equipe, uma mensagem para a diretoria, a defesa de um projeto, uma conversa com o cliente. 

Cada situação se beneficia de atenção à estrutura, ao equilíbrio entre logos, pathos e ethos, à consciência do momento em que a decisão acontece.

Oratória, por sua vez, envolve uma postura alinhada, uma pausa na frase exata, um gesto que sublinha a ideia principal. Esses detalhes comunicam tanto quanto o texto. Quando corpo, voz e conteúdo caminham na mesma direção, o efeito se amplifica.

Conselho de Mentor

Para a próxima apresentação importante, escreva em poucas linhas como serão abordados ethos, logos, pathos.

Em seguida, ajuste o vocabulário e os exemplos a partir desse foco.

Revise seus argumentos. Pergunte a si mesmo: onde está a prova racional, qual emoção saudável recebe destaque, o que sua postura transmite sobre seu caráter profissional.

Por fim, treine a passagem entre os blocos do discurso. Transições suaves entre abertura, exposição, defesa e conclusão criam a sensação de jornada completa e fortalecem a decisão que você deseja inspirar.

NOTA: Se esse é um tema de seu interessa, responda com “ORATÓRIA DE ALTO VALOR”. Na sequência, entregarei a você um bônus de entrada para o meu Clube de Comunicação. 

Sucesso sempre a você,

Diogo Arrais

🏅 Código Éthos!

Escrita por Diogo Arrais

Todo domingo, às 19:00

Comunicação de Alto Valor