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Quantos anos mais você suportará ser esquecido?
🏅 Código Éthos! #010

“Pare de fazer amor com o que está matando você.”
Em uma das boas coincidências da vida em leitura, cheguei à frase de Viola Davis. No primeiro momento, li rápido. Depois, reli lentamente. De súbito, um suspiro e profunda reflexão...
Fiquei pensando nos episódios vividos e em tudo aquilo que a gente insiste em manter, mesmo sabendo que já venceu o prazo de validade.
Anos atrás, eu coordenei um curso preparatório. Ali, precisava muitas vezes aconselhar professores e outros profissionais. Num belo dia, entrou em minha sala um professor, digamos, que buscava ascender-se.
Ele era um daqueles profissionais discretos, com currículo pesado e uma lista de conquistas que caberia em várias páginas. Porém, bastava olhar para a expressão dele e perceber: algo não estava no lugar.
Nessa ocasião, ele me contou sobre as noites mal dormidas, sobre a frustração que vinha sempre após reuniões importantes, sobre a sensação de ser invisível em meio a tanta entrega.
Ele acumulava projetos, resolvia crises, era a pessoa de confiança de todos… menos dele mesmo.
Disse, com uma honestidade rara:
"Eu não aguento mais ser o mestre que todo mundo respeita... mas ninguém lembra."
O problema não era a falta de competência. Era a escolha inconsciente de permanecer pequeno; de continuar dizendo “sim” a tudo o que o afastava do que realmente queria.
O apego ao reconhecimento interno da empresa. A zona de conforto das apresentações burocráticas. A escrita técnica, fria, protocolar.
E, no fundo, um medo enorme de mudar.
A lição que tirei daquela conversa (e de tantas outras semelhantes) é simples e dura:
A gente se acostuma com o invisível. Faz amor com o que nos adoece.
Porque dá menos trabalho do que enfrentar o desconforto da transformação.
Anote isto: posicionamento não nasce do conformismo. Posicionamento nasce da escolha consciente de ocupar um espaço. De assumir um lugar na memória dos outros.
É aqui que entra o ponto de virada.
Aliás, se você sente que sua trajetória não é reconhecida na medida do que você entrega, a resposta não está em mais esforço técnico.
Está em começar a contar a história certa. Com a linguagem certa. No tom certo.
Posicionamento e Marca Pessoal não têm a ver com autopromoção vazia, com fórmulas prontas ou com um LinkedIn cheio de palavras bonitas. Têm a ver com clareza de essência. Com saber o que você defende, o que você representa e como isso chega ao outro.
É quando você deixa de ser só um nome numa folha de pagamento e passa a ser uma referência lembrada, citada, indicada.
Posicionar-se é sair do modo sobrevivência e entrar no modo influência.
Não significa gritar, nem forçar carisma.
Significa ter uma narrativa sólida. Uma presença que antecede sua chegada. Uma imagem que permanece mesmo depois que você sai da sala.
E o curioso?
Quase sempre, o primeiro passo é silencioso.
É a decisão íntima de parar de se apegar ao que já não faz sentido. É olhar com coragem para o que está aniquilando você e escolher viver de outro jeito.
Então, se a sua história até aqui ainda não foi de tamanho destaque, saiba: isso não precisa definir o seu futuro.
Vão aqui três ações para serem executadas:
1. Pergunte-se: quais capítulos da sua trajetória realmente sustentam o profissional que você quer ser daqui pra frente? Quais experiências comprovam a autoridade que você deseja construir? Sua história pode deixar de ser um inventário de cargos para virar uma narrativa com sentido, progressão e propósito.
2. O mercado não gosta de generalistas. Sua comunicação precisa girar em torno de uma ideia central: o que você defende? Pelo que você quer ser lembrado? Quando sua audiência pensa em você, qual conceito deve vir à mente? Autoridade nasce de clareza e consistência, distante de querer agradar a todos.
3. Sua linguagem está alinhada com o nível de reconhecimento que você busca? Sua mídia social, por exemplo, traduz o profissional que você é hoje? Suas reuniões, apresentações e interações transmitem segurança e liderança? Revisite seus canais de comunicação, suas palavras, até mesmo sua expressão corporal. Em suma: potencialize o melhor de quem você já é.
Por fim, este conselho de mentor: tenha uma base forte em posicionamento e marca pessoal.
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🏅 Código Éthos!
Escrita por Diogo Arrais
Todo domingo, às 19:00
Comunicação de Alto Valor
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