Quando a história trabalha por você

🏅 Código Éthos! #034

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

MARIA J. PAES

Nós escrevemos o tempo todo. E-mails, mensagens, propostas, pareceres, posts. 

Em cada linha, existe uma chance de orientar a visão de alguém sobre um problema real. 

Escrita estratégica é isso: texto que guia a atenção, organiza a emoção e conduz a uma escolha consciente.

O primeiro fundamento da escrita estratégica é o personagem. Em vez de escrever para um público abstrato, imagine uma pessoa concreta. 

Um diretor que sente a pressão do conselho de administração, uma fundadora que cuida da própria marca e da folha de pagamento, um herdeiro que responde pela história da família. Esse personagem carrega medos, metas, prazos. 

A história começa por ele.

Depois surge o conflito. Toda escrita que move alguém nasce de uma tensão. Um risco jurídico que cresce, uma equipe exausta, um contrato confuso, um faturamento que encolhe. 

Em seguida, entra o enredo. 

A abertura situa o leitor em poucas linhas. O desenvolvimento aprofunda o conflito, apresenta dados, bastidores, consequências. 

O desfecho traz decisão, proposta, enquadramento. O texto carrega o leitor pela mão até o ponto em que a escolha se torna natural.

O clímax aparece quando a tensão chega ao auge. Em um e-mail, pode ser a frase que expõe o risco central. Em uma proposta, pode ser o parágrafo em que você descreve o cenário futuro caso nada mude.

Em um post, pode ser a cena em que o personagem encara a própria responsabilidade. Nesse exato ponto, o leitor enxerga o custo da inércia.

Logo após, vem a resolução. Escrita estratégica oferece saída realizável. Um passo a passo, uma decisão concreta, uma negociação possível, um ajuste de rota. 

Resolução madura trata o leitor como adulto e apenas organiza as opções com lucidez, ou seja, o texto transforma ansiedade em clareza de ação.

Transformação é o arco da história. Antes, o personagem vive confusão, dispersão, medo difuso. 

Depois, ganha consciência sobre causas, caminhos e prioridades. Ele ainda enfrenta desafios, porém enxerga sentido no esforço. 

(...)

Tema e tom funcionam como trilha sonora da escrita estratégica. Tema é a ideia central que costura tudo. Tom é a forma: mais firme ou mais acolhedora, mais analítica ou mais inspiradora. 

A escrita estratégica também preserva a voz. Voz é o jeito único com que você fala com o público. Alguns utilizam imagens mais poéticas, outros preferem casos concretos, outros se apoiam em dados.

Muitos profissionais adiam a ideia de escrever com profundidade porque acreditam que apenas vidas extraordinárias rendem boas histórias. 

A experiência mostra outro caminho. 

Um apartamento pequeno, um escritório em construção, uma mudança difícil de cidade, uma demissão, um projeto que quase termina em fracasso: tudo isso gera matéria-prima rica para narrativas memoráveis. 

Escrita estratégica valoriza precisão mais do que qualquer ideia de romance épico. Exige atenção aos detalhes da própria trajetória e dos bastidores do trabalho. 

Quando você aprende a identificar esse mapa em episódios simples, escrita e posicionamento se fortalecem juntos.

Pense nos textos do seu dia. A mensagem para o sócio, o relatório, o e-mail para o cliente, o post no LinkedIn ou Instagram. 

Em cada um, escolha um personagem central, descreva o conflito com foco e apresente uma resolução viável.

Conselho de Mentor

Para a próxima semana, escolha um episódio da sua carreira. Um cliente em crise, um projeto sob pressão, uma decisão difícil. Escreva esse caso em três partes curtas: situação inicial, momento de maior tensão, desfecho com a decisão tomada.

Em seguida, sublinhe os elementos da estrutura. Quem é o personagem, qual é o conflito, onde acontece o clímax, como se apresenta a resolução, que transformação aparece ao final. 

Por fim, adapte essa mesma história para um formato prático: um e-mail, um post, uma abertura de apresentação em público. Assim, a escrita estratégica deixa o campo das ideias e assume lugar no seu dia a dia, como ferramenta concreta de autoridade.

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Sucesso sempre a você,

Diogo Arrais

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🏅 Código Éthos!

Escrita por Diogo Arrais

Todo domingo, às 19:00

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