É bom que você fuja dos e-mails cheios de fadiga

🏅 Código Éthos! #011

A fadiga que sentimos não é tanto do trabalho acumulado, mas de um cotidiano feito de rotina e de vazio. O que mais cansa não é trabalhar muito. O que mais cansa é viver pouco. O que realmente cansa é viver sem sonhos.

Mia Couto

Li essa frase, nessa semana, antes de dormir. Fechei o livro e, por alguns minutos, fiquei em silêncio.

De súbito, veio à memória o caso de um cliente que acompanhei tempos atrás.

Um gerente de projetos, competente e respeitado dentro da empresa.

Sua característica física? Um cansaço no olhar que ia além das horas de trabalho.

Ele sempre dizia:

“Arrais… o mais frustrante não é a rotina puxada. É olhar tudo o que eu escrevo (relatórios, e-mails, apresentações) e perceber que nada disso me representa.
Parece que minha comunicação virou um espelho da minha estagnação.”

Essa frase me cortou, mas ela é mais comum do que parece.

Muitos profissionais, com currículo, experiência e entrega, produzem textos que não têm vida. Textos que apenas informam. Que passam batidos. Que não provocam reação.

Que servem para “cumprir protocolo”.

E, no fundo, isso adoece. Porque escrever também é existir. É deixar uma impressão, uma marca, um convite à memória.

Na prática, o problema quase nunca é falta de conteúdo. É excesso de texto sem intenção. 

É produção automática, sem base emocional, sem clareza de propósito.

Uma ótima referência está com os irmãos Chip Heath e Dan Heath, autores de Ideias Que Colam:

“O inimigo da boa comunicação é a abundância de informação irrelevante.”

Para ficar na memória, um texto deve conter o que for: 

1. Simples
2. Inesperado
3. Concreto
4. Crível
5. Emocional
6. Storytelling

O que mais trabalho com os executivos e empresários consta no seguinte:

Reescrever em conjunto e perceber o grande objetivo textual;

Retirar o excesso de formalidades;

Destacar a ideia central;

Transformar métricas em imagens mentais;

Saber conectar parágrafos.

Lembra o gerente, aquele mentorado meu? Seguindo essa fórmula acima, num belo dia, ele me escreveu:

“Pela primeira vez, o que eu escrevi não serviu só para preencher uma caixa de entrada. Serviu para gerar movimento.”

E talvez essa também precise ser a sua virada.

Se você sente que sua escrita tem sido só mais uma obrigação de rotina... Se você sente que seus textos são esquecidos minutos depois de enviados…

A boa notícia: isso não é falta de talento. É falta de método.

Aqui vão três ações práticas que você pode aplicar nos próximos textos:

1. Escolha um único objetivo para cada texto
Antes de abrir o Word ou o e-mail, responda: O que exatamente eu quero que a pessoa pense, sinta ou faça depois de ler isso?

2. Traga o concreto
Troque abstrações por cenas, exemplos, números, situações reais.
Gente não lembra de “resultados consistentes”.
Lembra-se de: “Reduzimos o prazo de entrega em 40% no último trimestre.”

3. Insira um elemento inesperado
Pode ser uma pergunta provocativa, uma estatística surpreendente ou uma metáfora que saia do lugar-comum.
Surpresa bem dosada faz o cérebro parar para prestar atenção. 

Por fim, este conselho de mentor: texto é território de influência.

Cada linha que você escreve… ou aproxima ou distancia da posição de autoridade que deseja ocupar.

A escolha entre ser lido… ou ignorado… começa antes da primeira palavra:
Começa com a sua decisão de escrever com estratégia.

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🏅 Código Éthos!

Escrita por Diogo Arrais

Todo domingo, às 19:00

Comunicação de Alto Valor

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