Duvidaram dele até que, em onze minutos, ele se tornou campeão mundial

Algumas palavras marcam para sempre a vida de uma pessoa. Outras mudam o rumo de uma equipe, de um negócio ou até de uma causa global.

No Campeonato Mundial de Oratória, em 2015, Mohammed Qahtani mostrou ao mundo, em apenas sete minutos, que a comunicação de impacto é uma escolha consciente.

No palco, ele começou com estatísticas falsas sobre o cigarro, apresentadas com tanta confiança que ninguém na plateia duvidou: “Uau... quer dizer, então que o cigarro não faz mal??”

E, sim, a plateia aplaude com convicção.

Foi então que revelou o ensinamento: não basta ter razão; o modo como você apresenta uma mensagem pode torná-la irresistível ou... invisível.

Aos fatos

Palavras bem conduzidas influenciam até quando não são verdadeiras. Isso torna a comunicação um instrumento perigoso e, ao mesmo tempo, libertador.

Perigoso, porque revela como a desinformação pode se espalhar rapidamente. 

Libertador, porque mostra que se você dominar a entrega, sua mensagem legítima pode competir com qualquer ruído e, assim, ser escutada.

Dito isso... 

Em outro momento, Qahtani contou sobre seu filho pequeno. Em vez de gritar ou ameaçar quando ele rabiscou a parede, optou por explicar, com respeito, por que aquilo não era certo. E fez feição triste...

O resultado? O menino não insistiu no erro.

Pense comigo: a comunicação de impacto envolve, porque evita trabalhar com meras imposições e/ou autoritarismos.

Ela respeita a dignidade do outro, cria espaço para reflexão e inspira mudança voluntária.

Essa lição vale para líderes, pais, educadores e para qualquer profissional que precise motivar pessoas: o tom que usamos pode ser mais decisivo do que as palavras em si.

Onde muitos falham

Qahtani também apontou algo que deveria incomodar todos nós: o fracasso da comunicação sobre questões urgentes, como as mudanças climáticas.

A ciência já tem dados e provas. O problema é que, se a mensagem chega seca, técnica e distante da vida real, não gera ação.

Falar para informar não é o mesmo que falar para transformar. E causas urgentes (dentro ou fora das empresas) não sobrevivem a mensagens sem vida.

Quando o silêncio machuca

Entre histórias emocionantes, Qahtani falou sobre um amigo chamado Nasa, que viveu a dor de um pai indiferente.

Palavras que nunca foram ditas podem ser tão destrutivas quanto insultos.

A ausência de validação e afeto criou um vazio difícil de reparar. Foi um lembrete de que comunicar é também aquilo que deixamos de dizer.

O código da comunicação de impacto

Da jornada de Qahtani, emergem três princípios claros:

1. Credibilidade vem da entrega: fale com segurança, mas mantenha a integridade da informação.

2. Respeito multiplica resultado: a forma como dizemos é tão importante quanto o que dizemos.

3. Emoção é o veículo da ação: conecte-se ao que realmente importa para quem ouve.

Esses três códigos éthos são simples de entender, mas exigem prática consciente para que se tornem naturais no dia a dia.

Para a sua vida e carreira

Antes de sua próxima apresentação, reunião ou conversa decisiva, pergunte-se:

• Estou entregando dados ou uma experiência?

• Minha mensagem está ligada a algo que o outro valoriza emocionalmente?

• Se minhas palavras ecoarem por anos na mente dessa pessoa, estarei orgulhoso do que ficou?

Responder a essas perguntas muda completamente a forma como nos preparamos. 

Por quê? 

Porque pensamos no impacto.

O fim que é começo

Mohammed Qahtani encerrou sua fala lembrando que palavras podem “cuspir veneno” ou “curar uma alma quebrada”.

No momento em que recebeu o troféu de campeão mundial em oratória, deixou a plateia com uma provocação que vale para todos nós:

Acredite em si mesmo. Use suas palavras para construir. O impossível só existe até que alguém prove o contrário.

Ah, e se possível, assista na íntegra a palestra do Mohammed. Está no YouTube.

🏅 Código Éthos!

Escrita por Diogo Arrais

Todo domingo, às 19:00

Comunicação de Alto Valor